Rodrigo Mello Franco de Andrade, 1955.
Em 17 de Agosto se comemora o Dia do Patrimônio Histórico no Brasil. A data faz referência ao nascimento de Rodrigo Melo Franco de Andrade, responsável pela criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio da Lei nº 378 de 1937.
Foi com a Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 216, que se ampliou o conceito de patrimônio, substituindo a nominação Patrimônio Histórico e Artístico por Patrimônio Cultural Brasileiro, e definindo patrimônio cultural como sendo os bens “de natureza material e imaterial tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”. Essa alteração incorporou o conceito de referência cultural e a definição dos bens passíveis de reconhecimento, principalmente os de caráter imaterial.
A preservação dos patrimônios culturais não deve ser considerada só num âmbito nacional, mas também nas esferas regionais e locais, incluindo vilas e pequenas comunidades. Seja material ou imaterial, o patrimônio tem a capacidade de auxiliar na formação da identidade de um povo para contar a sua própria história.
Dentro destas considerações, celebramos a história do Santo Daime e os ensinos do Padrinho Sebastião que, com seu carisma e respaldo espiritual na Doutrina, juntou seu Povo para realizar o sonho da vida comunitária, fundamentada nos ensinamentos simples que os hinos transmitem e buscando restabelecer a convivência cristã voltada à natureza. Comunidade na floresta. Sua semente é uma proposta de transformação que foi plantada e regada, criou raízes pelo mundo. Os instrumentos para realizar essa proposta se traduzem na nossa Doutrina, na bebida sagrada que comungamos, nos hinos cantados pela corrente espiritual, no espaço e infraestrutura necessários para a sua manifestação.
O Centro de Documentação e Memória do Santo Daime (CEDOC) é o setor da ICEFLU que trabalha buscando garantir a preservação desta história, dos ensinamentos e da Doutrina conforme deixado pelo Padrinho Sebastião, entendendo que seu legado é um patrimônio para nossas comunidades e também para o povo brasileiro.
Texto: Clara Andreozzi, Diretoria de Documentação e Arquivo CEDOC